quinta-feira, 10 de julho de 2014

Orixás da Umbanda - Xangô, Exu e Orixás

Por Pai Alexandre Falasco
 


"O grande rei, Orixá da justiça, aquele que resolve impasses e lidera seu povo como ninguém, vaidoso, rico e elegante, absoluto nas montanhas e pedreiras, seus domínios naturais".


 
Dia da semana: Quarta-feira


Saudação: Caô Cabiecilê!


Sincretismo: São Jerônimo - comemorado no dia 30 de setembro e também São João Batista (24.6) e São Pedro (29.6).


Cores: Na Umbanda, marrom, no Candomblé, vermelho e branco.

 
Símbolos: O oxé, machado de lâmina dupla feita em pedra e a pedra de raio. 
Onde recebe oferendas: Nas montanhas e pedreiras.


Principais oferendas: Velas, charutos, cravos brancos e vermelhos, suas comidas e bebidas.


Bebida: Cerveja preta.


Elemento: Fogo.


Algumas ervas: Folha de fumo, taboa, jatobá.

 
Animais: Tartaruga


Comida: Amalá, caruru (quiabo), bacalhau com quiabo, fruta do conde. 
Domínio: A montanha, raio, trovão e pedreiras.

 
Particularidade: Trabalha principalmente com a justiça.

 
Características: Justiceiro, líder, calmo, egocêntrico, vaidoso, mandão. 
Quizila: Morte e mortos (eguns).

ALGUNS ITÃS

Oxum colocou uma condição para aceitar se casar com Xangô, disse que só seria sua esposa se Xangô carregasse seu Pai, Oxalá, que estava bem velho, pelo resto de sua vida e Xangô, apaixonado que estava pela doce Oxum, aceitou o trato.
Passado o casamento e as núpcias, Xangô teria que saldar sua dívida com Oxum, então Xangô desfez seu colar de contas vermelhas, que é sua cor, e refez o colar incluindo contas brancas, se dirigiu a Oxum e disse:
- Minha promessa está cumprida, veja, as contas vermelhas são minhas, as brancas são de Oxalá, portanto, de agora em diante eu sempre vou estar carregando seu pai no meu pescoço.
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Xangô a muito estava viajando com seu amigo Oxalufã. Como Oxalufã é muito velho, Xangô estava carregando o Orixá, ao passar pelas redondezas de Oyó resolveu subir em uma pedreira para mostrar ao velho amigo seu reino, e lá foi Xangô, até o topo da montanha com Oxalufã nas costas. Ao chegar no topo, enquanto apreciava seu reino, avistou sua esposa Oiá, fazendo seu amalá. Estão aí duas coisas que Xangô não resiste, a mulher e o amalá, e se pôs a correr montanha abaixo esquecendo completamente que carregava Oxalufã. Este por sua vez caiu, se esborrachando na pedreira e Xangô nem percebeu, só foi se dar conta do erro que cometera depois de saciada suas necessidades.


Textos extraídos do livro:
"CARMA - AQUILO QUE DEIXAMOS DE FAZER"
Autor: Pai Alexandre Falasco
Todos os direitos reservados - all rights reserved
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Xangô

A religião de Umbanda cultua os mesmos Orixás do panteão africano, os mesmos cultuados pelos povos de nação Kêtu/Nagô nos Candomblés, sendo que estes nossos irmãos fazem isso há muito mais tempo que os umbandistas.
Apesar de os Orixás serem os mesmos, é na forma de cultuá-los que está a diferença


Desenvolvemos abaixo, uma tabela para cada Orixá, que traz diversas informações soe o culto destas divindades na Umbanda, suas cores, velas, domínios, oferendas, datas votivas, entre outras. Ainda acrescentamos alguns Itãs, histórias mitológcas que eram passadas de pai para filho de forma oral.

Exu.
O mensageiro dos Orixás.

"Orixá da comunicação e dos caminhos, encruzilhadas. É Exu, esta divindade tão querida no culto a Orixá, quanto mal compreendida fora dele, que é o responsável pelo contato entre homens e Orixás".
 
Dia da semana: Segunda-feira e Sexta-feira
 
Saudação: Laroiê Exu - Coba Laroiê.
 
Cores: Preto, vermelho.
 
Símbolos: Tridente, ogó, cabaças pequenas e o pênis.

Onde recebe oferendas: Nas encruzilhadas, nas estradas, nos cemitérios, etc.


Principais oferendas: Velas, charutos, galinhas, carne, marafo, farofa, cebola roxa, óleo de dende.

Bebida: Marafo (Aguardente) e água.
 
Elemento: Terra

Algumas ervas: Pinhão Roxo, Arruda, Eucalipto, Salgueiro, Jurubeba, etc.
Animais: Bode, cabra, galinha da angola.

Comida: Carne vermelha com muito azeite de dendê, alho, cebola roxa e farofa amarela.

Domínio: As encruzilhadas e estradas.

Particularidade: Combate as magias negras, imprimi respeito, trabalha com a quebra de demandas e é o grande guardião das estradas e encruzilhadas.
Características: Perverso, astuto, leal, vaidoso, ambicioso, etc.

ALGUNS ITÃS

Exu vivia no mundo, vagando de lugar em lugar até que foi para casa de Oxalá e por lá ficou durante 16 anos, observando e aprendendo como se faziam os seres humanos. Todos os outros Orixás também iam à casa de Oxalá, mas lá ficavam apenas por dias, talvez semanas. Exu não. Exu por lá viveu 16 anos e aprendeu tudo com Oxalá. Por sua lealdade e confiança, Oxalá fez a casa de Exu na encruzilhada e como estava muito ocupado fazendo os seres humanos, ordenou que todos os outros Orixás apenas falaria com ele através de Exu e que todos antes de trazerem as oferendas a Ele também deveria fazer a oferenda a Exu. Assim foi feito. Todos que vinham até a casa de Oxalá tinham que "pagar" a oferenda a Exu, e todos que voltavam da casa de Oxalá também tinham que "pagar" Exu. Exu se tornou rico. Exu se tornou o mensageiro. Exu se tornou o dono da encruzilhada.


Uma mulher que vendia suas coisas no mercado era a mais respeitada, a que mais vendia. Tinha sucesso em cima de sucesso. Mas se esqueceu de Exu, aquele que a ela tudo deu. Todo sucesso dela tinha sido Exu que tinha provido. Exu foi esquecido.

Em um dia qualquer no mercado vem até ela a notícia que sua casa estava em chamas, ela correu até sua casa e chegando lá não restava nada, apenas cinzas. Retornou ao mercado e quando chegou suas coisas haviam sido roubadas. Ela perdeu tudo. Todos agora riam da desgraça dela. Ela já não era mais reverenciada. Ela estava acabada. Exu estava vingado.

Fonte: http://www.girasdeumbanda.com.br/orixas/exu/



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Orixás

O maior dos Orixás, a paz, o pai.

"Sincretisado com Jesus Cristo, é o maior dos Orixás cultuados na Umbanda. Sua imagem esta no centro do congá de quase todos os terreiros, é o Orixá da paz, do branco, do poder e da superioridade espiritual".


Dia da semana: Sexta-feira ou domingo.

Saudação: Êpa Êpa Babá ! (Viva o Pai).

Sincretismo: Jesus Cristo, N.Sr. do Bonfim.

Cores: Na Umbanda: Branca

Candomblé: Oxaguian , branca e azul claro. Oxalufã, branca, marfim , pérola e chumbo.

Símbolos: Oxaguian , espada e "mão de pilão" em metal branco. Oxalufã, opaxorô, cajado de prata , chumbo ou metal branco.

Principais oferendas: Vela branca, rosa e flores brancas, suas comidas e frutas típicas.

Elemento: Ar. (céu e atmosfera).

Algumas ervas: Tapete de Oxalá (Boldo), Saião (Folha da fortuna), Folha da costa, Malva branca, Cana-do-brejo, Rosa branca.

Animal: Pomba branca.

Comida: Canjica branca cozida, acaçá, massa de inhame, arroz, milho branco, uva branca, pêra, maçã, obi branco.

Domínio: Céu, Ar, Rios e Montanhas.

Particularidades: Pai de todos os Orixás, ele quem permitiu a todos os Orixás escolherem seus domínios.

Alheio a disputas, brigas, violência, gosta de ordem, da limpeza e da pureza.

Características: Equilibrado, tolerante, calmo, grande respeitabilidade, força de vontade, confiabilidade.

UM ITÃ

Oxalufã , era o rei de Ilu-ayê , a terra dos ancestrais na África .Um dia resolveu viajar em visita a seu velho amigo Xangô, rei de Oyó. Antes de viajar, consultou um babalaô, o adivinho, que lhe informou para não fazer a viagem que seria cheia de incidentes desagradáveis e acabaria mal. E fez ainda algumas recomendações: "Se você não quiser perder a vida durante a viagem, deverá aceitar fazer tudo que lhe pedirem sem se queixar das conseqüências que advirão. Será necessário que você leve três panos brancos, sabão e limo da costa".
Oxalufã partiu lentamente apoiado em seu grande cajado, chamado apaxorô. Ao cabo de algum tempo passado, foi vítima de alguns golpes e brincadeiras de Exu que se divertia as custas de Oxalá, onde até então manteve-se calmo, sem perder a paciência.
Logo que entrou no reino de Xangô, encontrou um cavalo perdido, que logo reconheceu este, por ter dado anos atrás de presente a Xangô o animal. Oxalufã tentou amansá-lo, mostrando-lhe uma espiga de milho para amarrá-lo e devolvê-lo a Xangô. Nesse instante passaram alguns servidores do palácio e gritaram: "Olhem o ladrão de cavalo! Miserável! Como os tempos mudaram, roubar nesta idade!" Agarraram Oxalufã, cobriram-lhe de pancadas e arrastaram-no até a prisão.
Oxalufã lembrando das recomendações do babalaô, permaneceu em silêncio. Ele não podia queixar-se. Então usou seus poderes, do fundo da prisão. Não choveu mais, as colheitas estavam comprometidas, o gado dizimado, as mulheres estéreis, as pessoas vítimas de doenças terríveis. Durante sete anos o reino de Xangô foi devastado.
Xangô por sua vez consultou um babalaô, para saber a razão de toda aquela desgraça. O babalaô respondeu: "Kabiyei Xangô, tudo isso é conseqüência de uma terrível injustiça, onde um velho sofre preso a sete anos." Xangô fez vir diante dele o tal ancião.
Você, Oxalufã! Êpa Êpa Babá ! Absurdo! Inacreditável, vergonhoso, imperdoável!
Não posso acreditar! E ainda por cima, preso por meus próprios servidores!
Chamem todos meus generais, meus cavaleiros, meus eunucos, meus músicos!
Chamem meus mensageiros e chefes de cavalaria! Meus caçadores, minhas mulheres e Yabás !
Povo de Oyó ! Todos e todas se vistam de branco em respeito ao rei que veste branco!
Todos guardem silêncio em sinal de arrependimento!
Vão todos buscar água no rio! É preciso lavar Oxalufã!
Êpa Êpa Babá !
É preciso que ele nos perdoe dessa ofensa feita!
Este episódio da vida de Oxalufã, é comemorado, a cada ano em todos terreiros de Candomblé da Bahia, no dia da "Águas de Oxalá", quando todos vestem branco e vão buscar água em silêncio para lavar os objetos sagrados de Oxalá.
Também com a mesma intenção, todos os anos, numa quinta-feira, uma multidão lava o chão da basílica dedicada ao Senhor do Bonfim.

Êpa Êpa Babá !

Fonte: http://www.girasdeumbanda.com.br/orixas/oxala/

Textos extraídos do livro:
"CARMA - AQUILO QUE DEIXAMOS DE FAZER"
Autor: Pai Alexandre Falasco
Todos os direitos reservados - all rights reserved




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