quinta-feira, 31 de julho de 2014

Cosa Nostra

 Uma sociedade criminosa secreta que se desenvolveu na primeira metade do século XIX na Sicília, Itália.


A Cosa nostra também se desenvolveu na costa Leste dos Estados Unidos e na Austrália no final do século XIX, seguindo as ondas de imigrantes do sul da Itália. Segundo Paolo Pezzino. "a Máfia é um tipo de crime organizado não apenas ativo em vários campos ilegais, mas também com tendências a exercer funções soberanas - normalmente pertencentes a autoridades públicas - sobre um território específico..."

De acordo com alguns mafiosos, o verdadeiro nome da Máfia é Cosa nostra (literalmente, "Coisa nossa" ) que pode ser traduzido como: "Assunto nosso" ou "Nosso assunto". 
































Origem


O verdadeiro criador da Cosa nostra foi o italiano Carlo Accappatollo, mais conhecido como Don Carlone.
 A atual estrutura da máfia levou séculos para se desenvolver. Tudo começou na ilha da Sicília. Apesar de existirem grandes facções criminosas organizadas em outras partes da Itália, é a máfia siciliana que normalmente é considerada a mãe de todas as outras organizações mafiosas.

Vários fatores singulares contribuíram para o desenvolvimento do crime organizado na Sicília. A ilha está localizada em ponto estratégico e de fácil acesso no Mar Mediterrâneo. Por essa razão, a Sicília foi palco de inúmeras invasões, conquistas e ocupação por forças inimigas. Esses fatos levaram a um descrédito generalizado nas autoridades centrais e nos sistemas legais codificados. A família substituiu o Estado como centro da vida siciliana e as disputas passaram a ser resolvidas por meio de um sistema em que as punições eram aplicadas além dos limites da lei.

No século XIX o sistema feudal europeu finalmente entrou em colapso na Sicília. Sem a presença de um governo ou autoridade concretos, a situação na ilha logo degenerou para um estado de desrespeito à lei. Certos proprietários de terras e outros homens poderosos começaram a ganhar renome e, com o tempo, passaram a ser vistos como líderes locais. Estes eram conhecidos como capos. Os capos usavam seu poder para cobrar tributos dos fazendeiros sob sua autoridade (exatamente como os senhores feudais). Sua autoridade era exercida com ameaças de violência, ou seja, pelo medo. As práticas criminosas dos capos jamais eram comunicadas nem mesmo por suas vítimas, devido ao temor de represálias. Este foi o princípio da máfia siciliana.



De acordo com eles, o nome verdadeiro era "cosa nostra". Para os homens de honra pertencentes à organização, não há necessidade de um nome. Os Mafiosos apresentam membros conhecidos a outros membros conhecidos como pertencentes à "cosa nostra" (nossa coisa) ou la stessa cosa (a mesma coisa). Apenas pessoas de fora da máfia precisam de um nome para descrevê-la, daí a forma em letras maiúsculas "Cosa nostra".

Ritual da Cosa Nostra Siciliana


O ritual de orientação na maioria das famílias acontece quando um homem torna-se um membro e depois soldado. Conforme descrito por Tommaso Buscetta ao juiz Giovanni Falcone, o novato é trazido à presença de, pelo menos, três "homens de honra" da família e o membro mais velho presente o adverte que "esta Casa" tem como função proteger o fraco do abuso do poderoso; então, fura o dedo do iniciado e pinga seu sangue sobre uma imagem sagrada, geralmente uma santa. A imagem é colocada na mão do iniciado e é acesa com fogo. 
O novato deve aguentar a dor, passando a imagem de uma mão para a outra, até a imagem ser consumida por completo, enquanto promete manter fé aos princípios da "Cosa nostra", jurando solenemente "que minha carne queime como este santo se eu falhar em manter meu juramento". Joseph Valachi foi a primeira pessoa a mencionar este fato num tribunal. Os sicilianos também têm uma lei de silêncio, chamada omertà. Ela proíbe a homens e mulheres cooperar de qualquer maneira com a polícia ou com o governo, sob pena de morte.

Hierarquia


A hierarquia descrita a seguir se refere especificamente à Cosa Nostra. Outros grupos possuem hierarquias semelhantes que, no entanto, podem se distinguir em alguns aspectos.

Cada grupo é formado por várias gangues, as chamadas famílias. O número delas pode variar de um pouco menos de 10 até mais de 100 famílias. Às vezes, o surgimento de uma nova família requer a aprovação dos cabeças das demais famílias, ao passo que, em outros casos, um grupo pode surgir da ramificação de outra família e consolidar o seu poder, sendo reconhecido como uma nova família com o passar do tempo. Embora cada família tenha seus próprios negócios, não é raro existir um alto grau de confusão entre eles dependendo da proximidade das famílias e da semelhança entre os empreendimentos. 

O líder de cada família é conhecido como chefão ou dom. As decisões mais importantes são tomadas por ele e o dinheiro apurado pela família acaba fluindo em sua direção. A autoridade do chefão é indispensável para resolver diferenças e manter todo mundo na linha.  


Logo abaixo do chefão está o subchefe. Ele é o segundo escalão da hierarquia. No entanto, o grau de influência que exerce pode variar. Alguns resolvem disputas sem passar pelo chefão. Já outros são preparados para substituir o chefão quando ele estiver velho ou correndo risco de ir parar na cadeia.

Abaixo do subchefe aparecem vários capos. O número de capos varia geralmente de acordo com o tamanho da família. O capo age como um gerente, controlando sua própria célula da família. Sua função é cuidar da operação de atividades específicas. O território do capo tanto pode ser definido geograficamente ("tudo que fica a oeste da 14th Street pertence ao Louie 'The Key' DiBartolo") como pelo tipo de negócio ilícito em questão ("Alfonze 'Big Al' Maggioli é quem manda na loteria clandestina"). A chave para se tornar um capo de sucesso é fazer dinheiro. Parte da receita desses negócios ilícitos fica com o capo, o que sobra é repassado para o subchefe e o chefão.

O "trabalho sujo" fica por conta dos soldados. O soldado ocupa o posto mais baixo entre os homens feitos. Eles fazem parte da família mas têm pouca autoridade e ganham relativamente pouco dinheiro. O número de soldados sob as ordens de um determinado capo é imensamente variável.
Além dos soldados, a máfia também se vale dos associados. Estes não são verdadeiros membros da máfia, porém cooperam com soldados e capos em diversos empreendimentos criminosos. Um associado é simplesmente uma pessoa que trabalha com a máfia, podendo ser arrombadores, traficantes, advogados, banqueiros de investimentos, policiais e até mesmo políticos.

Há ainda outra posição na família que tem algo de folclórica - trata-se do consigliere. O consigliere não é considerado parte da hierarquia da família: sua função é atuar como conselheiro e tomar decisões imparciais com base na justiça e não em sentimentos pessoais ou vendetas familiares. Via de regra, o posto deve ser preenchido pelo voto dos membros da família, não por indicação do chefão. Na prática, porém, os consiglieres às vezes são indicados e nem sempre são imparciais. 

10 Mandamentos do Cosa Nostra

 

Em novembro de 2007, a polícia da Sicília declarou ter encontrado uma lista com dez mandamentos(?), ou seja, um código de conduta, nos esconderijo do chefão da Máfia Salvatore Lo Piccolo. Seguem:

1. Ninguém pode se apresentar diretamente a um de nossos amigos. Isso deve ser feito por um terceiro.

2. Nunca olhe para as esposas de seus amigos.

3. Nunca seja visto com policiais.

4. Não vá a bares e boates.

5. Estar sempre à disposição da Cosa nostra é um dever - mesmo quando sua mulher estiver prestes a dar à luz.

6. Compromissos devem sempre ser honrados.

7. As esposas devem ser tratadas com respeito.

8. Quando lhe for solicitada uma informação, a resposta deve ser a verdade.

9. Não se pode apropriar de dinheiro pertencente a outras famílias ou outros mafiosos.

10. Pessoas que não podem fazer parte da Cosa nostra: qualquer um que tenha um parente próximo na polícia; qualquer um que tenha um parente infiel na família; qualquer um que se comporte mal ou que não tenha valores morais.


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