Os Cavaleiros do Apocalipse são personagens descritos na terceira visão profética do Apóstolo João no livro bíblico de Revelação ou Apocalipse.
História
Ao redor do trono de Deus, existem um total de quatro querubins, sendo que cada um está em um dos lados do trono. Mas o que eles têm a ver com os cavaleiros? Bem, eles são os responsáveis por invocar os cavaleiros. Cada um dos querubins possui um rosto diferente e representa alguma coisa.
O primeiro possui rosto de leão e é símbolo de justiça e poder.
O segundo, com face de touro, representa a força.
O terceiro é semelhante ao homem, e expressa a característica mais marcante de Deus, já que o homem é semelhante a Ele: o amor.
O último querubim tem um rosto que se parece com uma águia e representa a sabedoria.
Entretanto, todos os cavaleiros estão selados e somente serão liberados quando o Juízo Final estiver para acontecer, e isso somente ocorrerá quando Jesus Cristo, o único dentre o céu, a terra e o inferno abrir o Livro dos Sete Selos, sendo que cada selo do livro é responsável por trancar ou liberar alguma coisa.
Os Cavaleiros
As cores dos cavalos dizem muito dos respectivos cavaleiros como:
Branco - Pureza, santidade, régio;
Vermelho - Sangue, assassinato, guerra;
Preto - Obscuridade, peste, maldição;
Descorado (verde-água ou baio) - Corpo em decomposição, morte.
Seus apetrechos mostram característica a respeito do papel que desempenham ou a consequência de sua cavalgada:
Arco e coroa - Símbolo da guerra e do poder;
Espada - Principal arma dos exércitos antigos, usada como símbolo de assassinato;
Balança - No contexto denota desigualdade ou injustiça (no caso de alimento);
Jarra - Traz a peste dentro.
Peste
O primeiro libera ao mundo justamente o primeiro cavaleiro que possui um cavalo branco – sinal de pureza e santidade – e que possui em sua posse um arco e uma coroa.
Diz a Bíblia que ele é o mais Seguido de todos, o que remete a Zacarias 10:3-5, onde o profeta reúne seu "rebanho" e segue após ser "coroado", travando batalhas contra seus inimigos(pregando). Este cavaleiro faz pensar nos partos ("Feras da terra"), cuja arma característica era o arco, terror do mundo romano no século I (cf. Dt 7,22; Jr 15,2-4 e 50,17; Ez 34,28 e 9, 13-21)
"E eu vi, e eis um cavalo branco; e o que estava sentado nele tinha um arco; e foi-lhe dada uma coroa, e ele saiu vencendo e para completar a sua vitória." - Apocalipse 6:2
Observação: A palavra "arco" pode significar (em lugar do "arco-e-flecha" representado na figura acima) um arco da morte, fenômeno de muita representatividade simbólica, também associado por seitas pagãs, segundo estudiosos, à figura do Anticristo. O arco-íris, nessa esteira, representaria a ligação da mente do homem com as forças cósmicas - as quais, de acordo com a Bíblia (Efésios 6:12), seriam "forças espirituais da maldade".
Guerra
O segundo selo libera o cavaleiro da Guerra, aquele que monta o cavalo vermelho – que representa o sangue e os assassinatos – e que carrega uma espada em suas mãos, também símbolo de assassinato. Acredita-se que o mesmo representa os flagelos, os meios pelos quais "Deus" castigaria e oprimiria os adoradores da besta e do falso profeta.
"E saiu outro, um cavalo vermelho; e ao que estava sentado nele foi concedido tirar da terra a paz, para que se matassem uns aos outros; e foi-lhe dada uma grande espada." - Apocalipse 6:4
Fome
O terceiro cavaleiro do apocalipse se refere à grande fome que acontecerá, provavelmente como resultado de guerras do segundo cavaleiro. Comida vai ser escassa, mas luxos como vinho e azeite ainda estarão prontamente disponíveis.
O terceiro cavaleiro é descrito em Apocalipse 6:5-6:
“Quando abriu o terceiro selo, ouvi o terceiro ser vivente dizendo: Vem! Então, vi, e eis um cavalo preto e o seu cavaleiro com uma balança na mão. E ouvi uma como que voz no meio dos quatro seres viventes dizendo: Uma medida de trigo por um denário; três medidas de cevada por um denário; e não danifiques o azeite e o vinho”.
A fim de comparação, é válido destacar que o denário era uma pequena moeda de prata que era a de maior circulação no Império Romano. É geralmente aceito que no fim da República Romana e no início do Principado, o denário correspondia ao salário diário de um trabalhador. Com um denário era possível comprar em torno de 8 quilos de pão.
Morte
O quarto cavaleiro do apocalipse é um símbolo de morte e devastação. Aparenta ser uma combinação dos cavaleiros anteriores. O quarto cavaleiro do apocalipse vai trazer mais guerras e fomes horríveis, assim como pestilências e doenças. O que é mais impressionante, ou talvez assustador, é que os quatro cavaleiros do apocalipse são apenas “precursores” de julgamentos ainda piores que virão mais tarde durante a Tribulação (Apocalipse capítulos 8-9 e 16).
O quarto cavaleiro é mencionado em Apocalipse 6:8:
“E olhei, e eis um cavalo amarelo e o seu cavaleiro, sendo este chamado Morte; e o Inferno o estava seguindo, e foi-lhes dada autoridade sobre a quarta parte da terra para matar à espada, pela fome, com a mortandade e por meio das feras da terra”.
Interpretações
Sendo um livro profético, o Apocalipse usa de linguagem simbólica para representar diferentes fatos. Tal fato não é diferente com relação aos quatro cavaleiros. Tal linguagem simbólica permite grande número de interpretações, por diferentes pessoas e diferentes correntes cristãs. Como principais interpretações podem ser consideradas as seguintes, por serem as que tem maior quantidade de adeptos:
- Visão temporal: Os quatro cavaleiros representariam eventos da época em que a "profecia" teria sido escrita. O primeiro cavaleiro representaria a esperança de derrota dos romanos (e consequentemente o término da perseguição aos cristãos) por povos vindos do oriente, provavelmente os alanos, que eram famosos arqueiros (notar a descrição de Apocalipse 6. 2, que diz "cavaleiro com um arco"). Os demais cavaleiros indicariam a queda dos romanos. (esta interpretação é a que tem menos adeptos religiosos, porém a mais aceita nos meios céticos).
- Visão futurista: A mais comum entre os cristãos protestantes. Os quatro cavaleiros representariam os quatro primeiros eventos do "fim do mundo". O primeiro seria um grande líder que conquistaria grande poder e autoridade (motivo pelo qual muitos o identificam como o Anti Cristo), o segundo significaria uma "guerra mundial" entre o homem representado pelo primeiro cavaleiro e aqueles que não aceitariam a sua dominação, o terceiro seria a "fome" ou racionamento de alimentos, causada por estes se tornarem raros com a guerra, e o quarto seria uma grande crise de mortalidade, como uma consequência dos cavaleiros anteriores.
- Visão interpretativa: Os quatro cavaleiros representariam os períodos históricos da igreja cristã. Onde o primeiro cavaleiro seria o "cristianismo original", que "conquistaria" grande número de seguidores, após isto, os muitos seguidores de Cristo se separariam e começariam a brigar ("guerrear") pelo direito de interpretar os ensinos e as crenças cristãs (muitos consideram como o período dos primeiros Concílios), o terceiro cavaleiro representaria a "fome pela Palavra de Deus" (ver Amós 8. 11), ocasionada pelos muitos líderes que ocultariam tal ensino (muitos considerando este período como a época da Idade Média) e o último cavaleiro seria a "morte espiritual", causada pela propagação de falsas doutrinas e religiões que substituiriam o verdadeiro cristianismo (muitos considerando que tal período se iniciaria com a Reforma protestante e seguiria até o "fim dos tempos"), o que levariam as pessoas diretamente para o "inferno" (notar a descrição deste cavaleiro de Apocalipse 6.8 que diz: "e o inferno o seguia").
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Fontes:
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