quinta-feira, 10 de julho de 2014

Orixás da Umbanda - Oxum, Iansã e Obaluaê


"Orixá da beleza e elegância, do ouro e das riquezas, rainha das águas doces, cachoeiras e soberana nos campos da sedução e da esperteza. Oxum é a responsável pela gestação".


Dia da semana: Sábado.
Saudação: Ora iêiê ô !
Sincretismo: Nossa Senhora Aparecida (12 de Outubro)
Nossa Senhora da Conceição (08 de Dezembro).
Cores: azul escuro (umbanda), amarelo ouro (candomblé).
Símbolos: leque (abebé) com estrela e espelho.
Onde recebe oferendas: em rios, nascentes e cachoeiras.
Principais oferendas: velas, flores brancas e amarelas, perfumes, adereços, espelhos, suas comidas e bebidas.
Bebida: champanhe.
Elemento: água.
Algumas ervas: catinga de mulata, oriri, malmequer, jasmim.
Animais: arara.
Comida: omolocum, xinxim, ovos, canjica, banana.
Domínio: água doce.
O que faz: dá riqueza, amor, fertilidade, protege o parto e o bebê.
Características: bonita, elegante, charmosa, doce, possessiva.

ALGUNS ITÃS

Oxum era filha de Oxalá. Um dia casou-se com Xangô, indo viver em seu palácio.
Logo Xangô percebeu o desinteresse de Oxum pelos afazeres domésticos, pois a rainha vivia preocupada com suas jóias e caprichos.
Aborrecido, Xangô mandou prendê-la numa torre, sentindo-se livre novamente.
Exu, vendo a situação de Oxum correu e contou a seu pai Oxalá que, fazendo deste seu mensageiro, entregou-lhe um pó mágico que deveria ser soprado sobre Oxum.
Exu, que se transforma no que quer, chegou ao alto da torre e soprou o pó sobre Oxum que, no mesmo instante, transformou-se num lindo pombo dourado chamado Adabá, ganhando liberdade e voltando à casa paterna.

Filha de Oxalá, Oxum sempre foi muito interessada em aprender de tudo um pouco. Como sempre foi muito manhosa e mimada, conseguia tudo o que queria do pai. 
Certa vez decidiu que queria aprender a ver o seu futuro nos búzios. Foi pedir a seu pai que lhe aconselhou procurar Exu, pois tal poder havia sido concedido a ele por Ifá. Oxum foi procurar Exu que se negou a ensinar-lhe o seu segredo. Percebendo que Exu estava intransigente, Oxum resolveu procurar as feiticeiras da floresta para ensinar-lhe uma magia para enganar o Exu. Elas lhe deram um pó mágico que em contato com os olhos do Exu o deixaria cego por algum tempo.
Oxum, fingindo estar brincando com Exu, soprou o pó em seus olhos, que ficou desesperado em recolher os seus búzios. Oxum, demonstrando-se interessada, o ajudou a recolher peça por peça conferindo o nome e seus significados. Exu na ânsia de recolhê-los, foi falando todo o segredo dos búzios a Oxum sem se dar conta até chegar ao último Odu.
Muito inteligente, Oxum guardou o segredo do jogo e voltou ao seu reino, deixando para trás um Exu com os olhos irritados e desconfiado que havia sido passado para trás.



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Iansã


A rainha dos raios e tempestade

"Orixá dos ventos e das tempestades, rainha dos raios, guerreira das mais temidas. Iansã é a beleza natural da mulher que abre mão da vaidade (porque pode fazer isso sem prejuízo ao seu poder de sedução) para lutar pelo que almeja".

Dia da semana: Quarta-feira.
Saudação: Eparrei Oiá!
Sincretismo: Santa Bárbara, comemorado dia 4 de dezembro.
Cores: Amarelo-ouro (Umbanda) vermelho (Candomblé).
Símbolos: Chifres de búfalo e um alfaje.
Onde recebe oferenda: Cachoeira.
Principais Oferendas: Crisântemos amarelos, rosas amarelas.
Bebidas: Champanhe.
Elementos: Fogo.
Algumas ervas: Aguapé (gigoga vermelha), espada de Iansã, carqueja, folhas de bambu.
Animais: Búfalo.
Comida: Acarajé.
Domínio: Ventos e raios.
Particularidade: Enfrenta os Eguns, e é guerreira.
Característica: Sensual, geniosa, alegre.

ALGUNS ITÃS

Certa vez em uma festa nenhuma das moças presentes queria dançar com Obaluayê, quando Iansã chegou e viu que ele estava sozinho, convidou-o para uma dança, sua veste erguia com o vento de Iansã e todos puderam ver seu rosto, um jovem bonito e alegre, a partir de então Obaluayê declarou que seu reino (o reino dos mortos) seria também o reino de Iansã.

Os Orixás estariam cansados de não ter acesso às folhas, tão importantes para qualquer celebração litúrgica e para muitos outros aspectos da vida material. Nesse aspecto, eram completamente dependentes de Ossãin, que reinava sozinho em seu domínio. Incitada por Xangô, Iansã abanou fortemente sua saia, provocando um terrível vento (o afefé) que arrancou todas as folhas que Ossãin tentava resguardar com o próprio corpo. A partir de então, as folhas foram repartidas e cada Orixá possui as suas próprias plantas, mas isso não retirou totalmente de Ossãin o seu poder.

Iansã é sincretizada com Santa Bárbara e é interessante a relação de ambas com o raio, pois conta a história que a santa católica teria sido condenada a morte pelo seu próprio pai, no momento em que ele levantou a espada, ela suplicou aos céus , depois de sua morte, imediatamente um raio veio e o matou, o mesmo aconteceu com outros soldados presentes.


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Aquele que detém o poder sobre os mortos e doenças.
"Obaluaê, Sapatá, Saponã, Omulu, nomes para o senhor da morte e das doenças, sobretudo as contagiosas. Temido por isso, mas quem conhece o assunto sabe que apesar de não trazer saúde, tem poderes para levar as doenças embora, divide com Iansã o poder sobre os mortos".

Saudação: Atotô Ajuberú.
Cor: preto, vermelho e branco.
Símbolos: Leguidibá, Xaxará e Brajá de búzios.
Principais oferendas: Pipoca e suas comidas.
Elemento: Terra.
Algumas ervas: Folha de Omulu (canela de cachorro) pariparoba, mamona, cambará, etc.
Animais: Cão.
Comida: Doburu (pipoca enfeitada com fatias de coco), Ewa Dudu (feijão preto com dendê) Eram Kekerê (carnes em fatias), Dodokindó (banana da terra frita), cuscuz e milho.
Domínios: Os mortos e doenças.
Banhos: com Osé Dudu (sabão da costa) e ervas guinadas (colônia, saião, manjericão).

UM ITÃ

Em certa ocasião festiva entre os Orixás, Obaluayê participou utilizando uma roupa feita de palha da costa, o Aso Iko, para esconder suas feridas e deformações causadas pelas doenças.
No entanto, enquanto todos os outros Orixás dançavam, Obaluayê, apesar de jovem e muito habilidoso, preferia ficar parado para não correr o risco de exibir seu corpo debilitado.
Repentinamente, Oiá pega Obaluayê para dançar com ela, e Oiá faz soprar uma ventania que levanta as palhas da costa da roupa de Obaluayê, suas chagas ao mesmo tempo voam do seu corpo se transformando em pipocas e para espanto dos demais, se exibe um belo rapaz debaixo daquela roupa.
A gratidão de Obaluayê o faz dividir com Oiá seu domínio e poder sobre os mortos.



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